Sobre ´Manaíra´, a 8ª mudança e Washington Espínola

Por Rogéria Araújo*

Primeiro disco do multi-instrumentista paraibano, Washington Espínola, completa 30 anos e há muito o que se comemorar.

Radicado há 27 anos em Genebra, na Suíça, o músico, compositor e professor paraibano Washington Espínola esteve recentemente em João Pessoa. É dele a encantadora faixa “Manaíra”, que dá nome a seu primeiro disco lançado em 1992, que completou 30 anos e segue, até hoje, como referência musical/instrumental para várias gerações. É sensorial, creiam!

Trinta anos depois, “Manaíra” permanece atual e só reforça a personalidade de um artista que mergulhou em sua criatividade e continua explorando outros mares. Em conversa com essa que vos escreve, ele disse que, ainda para este ano de 2023, tem o projeto de celebrar o aniversário do primeiro álbum, acrescentando mais duas músicas que não foram incluídas na primeira versão do trabalho: “Fase III” e “Os quatro elementos”. Aguardemos.

“Manaíra” é rico em pluralidade de estilos musicais. “Bluesão”, “Não fonia em lá menor”, “Particularmente íntima”… Está tudo lá com melodias certeiras e harmoniosamente bem dosado: jazz, pop, progressivo, rock, blues. Portanto, feliz 30 anos!

“The 8th Change”

Com dezoito álbuns autorais na carreira (sim, isso é para raros!), o trabalho artístico de Washington é o resultado de suas andanças, inquietações, observâncias e ousadias. “The 8th Change”, o mais recente álbum – feito em 2021, durante a pandemia da covid-19 – ainda não foi lançado em nenhum formato físico, mas está nas plataformas. Confiram lá.

Trata-se de um trabalho que parece acompanhar um período difícil pelo qual passamos. Entre perdas fatais, medo e o desconhecido, ouvir “The 8th Change” traz certa serenidade, talvez uma suavidade necessária. Também tem seus momentos pesados e angustiantes. Assim, como passagens felizes e esperançosas. Tem vida, tem ar.

Sonoramente, os vários recursos e efeitos sintetizadores abraçam bem a harmonia. O próprio uso de vários idiomas já garante às músicas uma melodia própria e, assim como em “Manaíra” há espaço para várias vertentes musicais. “Feminina” está lá, meio bossa, meio samba; “Yesimtakdaouisi” chega com uma pegada mais dançante, beat marcante; “Le monde aujourd’hui” recitada sobre base eletrônica, vira um trip hop interessante e por aí vai. Fã dos Beatles, impossível não passear por ali e não encontrar McCartney, Lennon e Harrison. São 20 canções e a certeza de uma boa viagem.

WE e Trio

O projeto que mantém em Genebra, Washington Espínola e Trio, se apresenta nesta sexta-feira (12) no teatro do Centro de Artes da Escola Internacional de Genebra, às 19h. Washington estará acompanhado de Jay Blanche, no baixo, e Raoul Gavaron, na bateria. O show será gravado e, depois, disponibilizado em seu canal no Youtube.

No repertório, o WE Trio vai fazer um apanhado de vários discos seus, e versões de músicas brasileiras. Hendrix não está descartado. Além da guitarra, o músico também tocará piano e teclado. Outro dia perguntei se estava ansioso, prontamente respondeu que sim. Nervoso? Jamais! O palco é seu território.

Para conhecer mais:
@washingtonespinola
Todos os álbuns estão nas plataformas digitais

Material reproduzido do blog ‘Cidade Paraíba’ – https://cidadeparaiba.com.br/

*Rogéria Araújo é jornalista, produtora cultural e artivista. Atuou em diversos veículos de comunicação e fanzines. Escreve sobre música, séries, cinema, novelas gráficas e cultural pop em geral. É colecionadora de versões de Stella by Starlight e transita pelos mundos, tranquilamente, com coturnos e botas. É autora da coluna Só Para os Raros.

Contato: @so_para_os_raros e soparararoscontato@gmail.com