BAFAFÁ ECONOMIA: O impacto do aumento do IOF em nosso bolso
Joca Peixoto*
“Dois problemas
se misturam:
a verdade do universo
e a prestação que vai vencer.”
Raul Seixas
E o governo federal segue a cartilha de dez entre dez gestores públicos incompetentes. Para resolver o problema da falta de recursos para fazer frente às despesas correntes aliada com a queda da arrecadação e a ineficiência da máquina pública em gerar novos investimentos, busca o caminho mais fácil: Aumentar impostos via Decreto ou MP.
A bola da vez (já tinha feito antes aumentando a CSLL e o IRPJ sobre bancos até 31/12/21) é o aumento do IOF também até 31/12/21. Mas, como esse imposto nos impacta?
O aumento do IOF vai encarecer o custo de crédito tanto para empresas como para as famílias e conseqüentemente terá impacto na inflação e na atividade econômica que já não andam nada bem.
Entre as operações de crédito que passarão a cobrar mais impostos estão o cheque especial, o cartão de crédito, o crédito pessoal (CDC e consignados) e os empréstimos para empresas.
Se você precisar fazer uso de qualquer dessas linhas de crédito, infelizmente será impactado pelo aumento do IOF. O decreto assinado por Bolsonaro eleva a alíquota do IOF respectivamente para empresas dos atuais 1,50% para 2,04% e para as pessoas físicas dos atuais 3,00% anuais para 4,08%. Esses valores entrarão em vigor a partir da próxima segunda-feira, dia 20/09 e valerá até 31 de dezembro de 2021.
Veja alguns exemplos práticos. Imaginemos que você precise de uma linha de crédito pessoal ou pra sua empresa de R$ 1.000,00.
OPERAÇÃO | PRAZO PAGTO | IOF ATÉ 19/09 (R$) | IOF A PARTIR DE 20/09 (R$) | % DE AUMENTO EFETIVO |
Crédito Pessoal | 12 meses | 33,73 | 44,61 | 32,25% |
Rotativo cartão de crédito PF | 2 meses | 8,72 | 10,51 | 20,50% |
Ch. Especial PF | 3 meses | 11,18 | 13,86 | 23,99% |
Capital de giro para empresas | 12 meses | 18,77 | 24,2 | 28,98% |
Ch. Especial PJ | 3 meses | 7,49 | 8,83 | 17,90% |
Rotativo cartão de crédito PJ | 2 meses | 6,26 | 7,15 | 14,28% |
Lembrando que os juros já vinham subindo devido a alta da Selic e, por sinal, tem como previsão do mercado que continuará subindo pelo menos até dezembro (ainda teremos duas reuniões do Copom até o final do ano) com previsão de subir dos atuais 5,25% para até 8,00%.
E o que podemos fazer para nos protegermos de mais esse aumento de imposto? Bom, se você estava pensando em contrair empréstimos ou contrair dívidas, se não for urgente é melhor adiar para fazê-lo só a partir de janeiro do ano que vem. Diminuir o consumo também é outra opção. Se puder evitar comprar parcelado no cartão ou evitar o rotativo no cartão de crédito, melhor ainda.
A Febraban e a Fecomercio, respectivamente as federações dos bancos e do comércio já se manifestaram dizendo que a alta do IOF dificultará mais ainda a retomada da economia. O correto sempre é cortar despesas, afinal quanto custa cada motociata que o presidente faz para atender seus caprichos? Porque não adotar o câmbio flutuante com intervenção do BC para conter a alta do dólar que tanto impacta no preço dos combustíveis? E os estoques reguladores que deixaram de existir e que sempre ajudavam a baixar os preços dos alimentos quando havia um desabastecimento de alimentos causado pela entressafra ou estiagem? Mas não, como falei no início, a canetada é mais simples de fazer, embora a conta do preço político para o governo chegará e será à galope.
Lembre-se: Se deu certo comigo dará certo com você também. Adquira esses hábitos prazerosos: Poupar, investir e doar.
Conclusão: Para torna-se verdadeiramente rico e independente financeiramente é preciso pensar e agir como tal.
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*Joca Peixoto é economista e escreve aos domingos
Uma coluna semanal bem interessante. Só nos ajuda a enterder melhor um pouco mais sobre nossas finanças. Parabéns Joca Peixoto🤗