Tribo Éthnos faz 32 anos e estreia espetáculo nesta sexta em JP

Cena de “O Preto e o Branco e a Jornada de Mundos Possíveis”. Foto: Divulgação/Tribo Éthnos

Augusto Magalhães

O multiartista Vant Vaz tem um motivo especial para comemorar este ano: o coletivo Tribo Éthnos, criado por ele em 1990, está completando 32 anos. São momentos de resistência, colocando a arte nas ruas, levando reflexão sobre o caos através da arte. Assim, Vant foi construindo sua obra, sua vida e a integridade do seu trabalho.

Para comemorar os 32 anos da Tribo Éthnos, o Coletivo está revisitando o improvisado “O Preto e o Branco no Mundo dos Sonhos” que era antes realizado por Ayleen Vant e Vant Vaz e agora foi transformado em “O Preto e o Branco e a Jornada de Mundos Possíveis” com a adesão da bailarina Karla Oliveira.

A apresentação acontece nesta sexta, 04, Às 17h40, em frente à Igreja São Frei Pedro Gonçalves (Centro Histórico/Hotel Globo). Esta ação foi contemplada pela Lei Aldir Blanc Municipal através do Edital Mãe Edith Yansã da Fundação Cultural de João Pessoa – Funjope.

“Esta performance improvisada foi inspirada nas forças da dualidade, do existir como um sonho ou de uma ilusão. A separação entre Bem e Mal é diluída e invertida para além do maniqueísmo, ou existem como forças complementares. De cada imersão fomos estabelecendo conceitos e roteiros norteadores como oposição, confluência, sinergia e uma mitologia própria para o nascimento de Preto e de Branco, de onde também nasce Taiji, que se tornaram entes e forças cósmicas”, explicou Vant Vaz.

A partir dessa performance, uma série de questionamentos são feitos ao público. Uma jornada de Mundos Possíveis anuncia duas vias, da resolução e do Caos. Quais dos mundos escolheremos? Escolheremos a redenção e as forças criativas e construtivas e com isso o abraço do futuro em luz?

Escolheremos a condenação e a destruição levadas adiante pela força violenta do caos que habita em nós? Aqui começa a jornada de Mundos Possíveis, estes mundos que se anunciam para todos nós. “Cada intervenção é sempre distinta e já realizamos várias delas em espaços diferentes desde 2016, tornando as estruturas e influências destes lugares elementos catalizadores da performance”, ressalta o artista.

Ficha Técnica “O Preto e o Branco e a Jornada de Mundos Possíveis”

Direção, concepção, criação de figurino: Vant Vaz

Dançam: Ayleen Vant, Karla Oliveira e Vant Vaz

Iluminação: Sabrina Amaral

Operação de Som: Izzah Ribeiro

Cobertura videográfica e fotos: Matheus Albuquerque

Textos e locuções: Vant Vaz

Confecção de figurino: Diacui Figueiredo

Trilha Sonora: Coletivo Tribo Éthnos, Hammock e Max Richter

Fotos: Izzah Ribeiro, Anderson Martins e Magno Virgínio

CRONOGRAMA DAS INTERVENÇÕES: DA PARAÍBA AOS ALPES FRANCESES

A primeira improvisação foi pensada para a festa Halloween “Requebrando os Ossos” inspirada por um texto gravado de Alan Watts (um teólogo, filósofo e orador britânico que dedicou toda sua vida difundindo as filosofias asiáticas como budismo e taoísmo para o mundo ocidental até seu falecimento em 16 de novembro de 1973) que aconteceu no sábado dia 29 de outubro de 2016 na Casa de Dança de Leo Aires e foi o ponto de partida para tornar esta ação um dos projetos de investigação e proposição estética através da improvisação e intervenção urbana do Coletivo Tribo Éthnos.

A segunda improvisação se deu no 1° Festival de Arte e Cultura de Monte Horebe (PB) no dia 19 de maio de 2017, a terceira na edição do Bailaço no dia 20 de maio de 2017 no Teatro de Arena da FUNESC e a quarta na segunda edição da festa “Celebração da Batida” em comemoração aos 27 anos do Coletivo Tribo Éthnos no dia 29 de julho de 2017 na General Store, a quinta no Aldeia SESC em 17 de outubro de 2017,  a sexta no evento de quadrinhos Gibizada em 29  de outubro 2017.

A sétima no evento Antes Arte do que Tarde da Casa Pequeno Davi no dia 06 de outubro de 2017, a oitava no evento de danças urbanas EDACRA 11 anos na cidade de Exu (PE) no dia 25 de novembro de 2017, a nona na Jornada FLADEM João Pessoa em 07 de abril de 2018, a décima na Mostra Dança da Estação em 27 de abril de 2019, a décima primeira na Mostra FUNESC do Mês da Dança em 29 de abril 2019, a décima segunda no  Interatos no dia 11 de maio de 2019 em Cabedelo, a décima terceira na Feira No Balaio em 19 maio de 2019 na Villa Sanhauá.

A décima quarta no Festival Les Nuits de La Poterie em Lhuis nos Alpes Franceses no dia 07 de agosto de 2019 e a mais recente como uma apresentação de acolhimento para alunos e alunas, professores e professoras do Centro Estadual de Arte (CEARTE) no dia 26 de fevereiro de 2020, esta já com uma abordagem maior e mais poética com versos e récitas de Vant Vaz.

Entre essas fizemos ainda pequenos trechos em apresentações em escolas da Rede Pública de Ensino e em algumas instituições e aprovados pelo Edital Fernanda Benvennuty apresentaram o espetáculo online pelo canal do Yotube da Tribo Éthnos em 04 de dezembro de 2020 e no Festival Palco Hip-Hop em 19 de dezembro de 2020, evento sempre realizado em Belo Horizonte, mas que por causa da pandemia foi realizado totalmente online.

TRIBO ÉTHNOS: 32 ANOS

O coletivo Tribo Éthnos é um grupo artístico filosófico que surgiu em 06 de março de 1990 em João Pessoa, capital do estado da Paraíba, na região Nordeste do Brasil.

Folclore, arte e música indígena e afro-brasileira, Hip-Hop, Techno e cultura digital, Rock, música e arte nordestinas, MPB, Samba, ritmos caribenhos, Jazz, musica étnica, Wolrd Music, erudito e clássico, a Tribo Éthnos passeia um pouco por cada uma destas expressões e sonha com o dia que possa executar outras idéias e trabalhos com artistas de outras nações e povos do mundo.

Passo que foi iniciado com artistas da França, África  e Alemanha em alguns de seus trabalhos e na atual formação do grupo e em seu novo empreendimento artístico, o mais recente projeto: “Triballo – O conselho das Tribos e dos Clãs” e  também no laboratório coreográfico “Ethnotron – Ghetto Experiment”, projeto de dança que integra as linguagens da dança de rua, danças étnicas, danças populares e artes marciais com abordagens contemporâneas e o projeto Berimbaobab.

O Berimbaobad fez intercâmbio e residência artística com o Senegal, Gâmbia, Nigéria e França reunindo músicos e artistas da dança da Tribo, o músico paraibano Adeildo Vieira com artistas destas áreas nestes países e Berimbaobab Brasil que mantém a experiência nascida na residência com a participação de músicos locais.

Desde 2016 o coletivo Tribo Éthnos apresenta o espetáculo improvisado “O Preto e o Branco no Mundos dos Sonhos” que se tornou hoje o espetáculo improvisado “O Preto e o Branco e a Jornada de Mundos Possíveis”.