Augusto Magalhães

Um encontro de culturas, uma troca de experiência, uma mistura de pensamentos e modos de fazer teatro. Chamem como quiser, mas o que está acontecendo em João Pessoa a partir desta terça-feira, 5, até o próximo domingo, 10 de julho, é a necessária e importante conexão entre o teatro feito no Amapá e o teatro feito na Paraíba.

Norte e Nordeste juntos em nome do fazer teatral, cada um com suas peculiaridades e muita coisa para ensinar um ao outro. Assim será o projeto Intercâmbio Caçuá de Memória (Teatro da Paraíba e Amapá), que acontece no Teatro Lima Penante (Av. João Machado, 67 – Centro – João Pessoa – PB). Mais informações pelo fone: (83) 3216-7950.

Participam desse encontrão teatral a Cia. Teatro do Riso (Amapá) e Cia. Oxênte de Atividades Culturais (João Pessoa). Durante toda esta semana, os integrantes dessas Companhias vão participar de debates, oficinas e troca de experiência sobre suas produções.

No final de semana, para coroar o encontro, o público poderá assistir espetáculos das duas companhias. As peças serão apresentadas no Teatro Lima Penante, às 20h00, de sexta a domingo. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia-entrada).

Na sexta-feira, 8, será apresentado o espetáculo da Paraíba Maria´s (monólogo da atriz Mônica Macedo com direção de Antonio Deol). Já no sábado e domingo, 09 e 10, às 20h00, será a vez de conhecer o espetáculo Espelho´s da Cia. Teatro do Riso do Amapá.

Além dessa programação, a Cia. Oxênte fará ensaio fechado da nova produção Formigas Bebem Absinto no Armazém do Caos, uma obra que fala da dinâmica da vida social que pode ser vista através de elementos da teoria do caos, tendo como dramaturgo o renomado artista Everaldo Vasconcelos e como diretor o pernambucano de longa trajetória nas artes cênicas e reconhecido nacionalmente Jose Manoel Sobrinho.

Já a Cia. Teatro do Riso do Amapá apresentará o espetáculo Espelhos em duas sessões no Teatro Lima Penante. A direção de Espelhos é de Genário Dunnas, um paraibano radicado em Macapá que volta às origens trazendo uma produção teatral consistente na bagagem.

Genário Dunas afirmou em material de divulgação do projeto que “aportar em outras terras com o teatro amapaense é uma oportunidade ímpar de trocas e de conhecimentos culturais. Quem produz teatro, precisa pensar em ultrapassar fronteiras e conquistar novos territórios. Criar conexões, abraçar novas ideias e falar do teatro amapaense fora de nossa zona de conforto, é pensar em novas possibilidades de futuro”.

“É um trabalho centrado nas interpretações das atrizes: Rechene Amim, Roberta Picanço, Tina Araújo e Solange Simit, que usando de fragmentos de suas trajetórias de vida e apropriando-se do biodrama, trazem para a cena histórias vividas de seus mundos. As atrizes/personagens relatam em narrativas suas memórias, convocando o público a refletir, compreender e trocar experiências, numa relação olho a olho.  Através de seus conflitos, já superados, no jogo dos retrovisores da vida, principiando pela infância até os dias de hoje, os rastros (hoje dramaturgia) vão revelando-se nas questões afetivas, amorosas, familiares, de mulheres empoderadas dispostas a usar palavras e registros de suas histórias numa perspectiva de abraçar mais mulheres e ecoar mais os discursos”, explica o diretor Genário Dunas.

A Cia Oxênte da Paraíba tem uma longa trajetória em montagens com o universo feminino, a exemplo dos espetáculos: Jogo das Máscaras, Paió de Fogo, As Mulheres de Lourdes, Redemunho, Maria’s, Anáguas, Girandei, A noiva que botou o noivo na justiça, etc. Será um encontro de investimentos para o fazer teatral dos artistas amapaenses em trânsito.