ILUMINAÇÃO: Conheça os principais tipos de lâmpadas e suas características

Conheça os variados tipos de iluminação para ambientes diversos. Foto: Reprodução internet/WEG

Adriano Pascoal

Conheça os principais tipos de lâmpadas e suas características para não ter dúvidas na hora da compra. 

A Temperatura de Cor Correlata (TCC), ou simplesmente Temperatura de Cor, relaciona a cor da luz de uma fonte a um valor em Kelvin (K). 

Quanto menor o valor, mais a cor da luz tende ao vermelho e quanto maior o valor, mais tende ao azul. 

Outro conceito relacionado à cor da luz é a sensação que ela provoca. 

Pode parecer um contrassenso, mas as lâmpadas que emitem luz com temperaturas de cor menores  são chamadas de lâmpadas de luz quente. 

Apesar da Unidade Kelvin, de temperatura absoluta, a Temperatura de Cor nada tem a ver com a energia térmica gerada pela lâmpada. 

Luz com Temperaturas de Cor menores dão uma sensação de conforto e devem ser usadas nos mambientes com pouca luz (baixos níveis de iluminância). 

Lâmpadas que têm essas temperaturas de cor são: 

 Incandescente, com 2.700 K e que está proibida no Brasil, por ter baixa eficiência (grande consumo 

de energia); 

 Halógena, com 3.200 K. 

A lâmpada halógena muitas vezes é chamada erroneamente de lâmpada dicróica. Na verdade, o termo dicróico se refere ao seu refletor. O refletor dicróico lembra uma colmeia. 

Existem lâmpadas halógenas dicróicas e outras que não a são. Esta última é semelhante à lâmpada  incandescente, tem o mesmo formato (bulbo), mas é um pouco menor. 

Tanto a incandescente quanto a halógena têm baixa eficiência energética. 

A lâmpada incandescente converte apenas 5% da energia elétrica em luz. Os outros 95% se perdem em energia térmica (“calor”). Essa característica a fez muito útil, não para iluminar, devido ao alto gasto com energia (alto consumo), mas em granjas, para aquecer os pintinhos e também na armazenagem de papel usado em copiadoras, para eliminar a umidade do papel, melhorando a adesão do toner e, assim, a qualidade da fotocópia. 

A lâmpada halógena é um pouco mais eficiente do que a incandescente (não muito). Na verdade, ela  é uma evolução da incandescente. Ela contém gases halógenos no interior do seu bulbo. Esses gases  evitam que o filamento de tungstênio perca moléculas. Com isso, ela tem uma durabilidade maior e converte um pouco mais de energia em luz. 

O efeito da perda de matéria do filamento de tungstênio nas lâmpadas incandescentes é facilmente notado em lâmpadas com muitas horas de uso. O bulbo fica escurecido, em função da deposição ali das moléculas de tungstênio. 

Mas por que a incandescente foi proibida e a halógena não? 

O mesmo cenário iluminado com lâmpadas de baixa e alta reprodução de cor

Bom, talvez a única vantagem desses dois tipos de lâmpada seja o Índice de Reprodução de Cor (IRC), a melhor entre as lâmpadas existentes. Por isso, elas são tomadas como referencial e tendo 100% de reprodução de cor.

Atualmente, não há mais sentido em se utilizar lâmpadas incandescentes para iluminação, mas como elas estavam muito arraigadas nas residências dos brasileiros, principalmente as de menor renda, pelo seu baixo custo de aquisição (não confundir com o custo total, que inclui o custo da energia consumida ao longo da vida útil da lâmpada) foi necessária a proibição.

As halógenas, apesar da baixa eficiência energética, semelhante às incandescentes, já têm um custo de aquisição (preço de venda) maior e não são muito conhecidas do grande público.

As halógenas só não são também proibidas pois faltaria substitutas em termos de Reprodução de Cor. Essa característica é muito útil na iluminação decorativa, área dominada pelos Arquitetos.

Luz com menores temperaturas de cor (amarela) dão uma maior sensação de conforto

As lâmpadas de cor quente (menores valores em Kelvin), como já foi dito, proporcionam sensação de conforto. Por isso, são muito utilizadas em restaurantes à lá carte. Nesses estabelecimentos, é desejável que o cliente permaneça mais tempo.

Assim ele não só pedirá o prato principal, mas tende a pedir antes um aperitivo, depois uma sobremesa e uma bebida para acompanhar, num encontro romântico, encontro de família, amigos ou negócios. O ambiente mais confortável induz ao maior consumo.

Já as lâmpadas de cor fria (maior Temperatura de Cor), tipicamente aquelas com 6.500 K (luz branca levemente azulada) estimulam a atenção. Por isso, são amplamente utilizadas nos escritórios e ambientes de trabalho, com altos índices de iluminância (grande quantidade de luz). Favorecem uma maior produtividade.

Lanchonetes e fastfoods também usam lâmpadas de cor branca azuladas. Nesses lugares, não é interessante manter o cliente muito tempo ali. Ele não vai pedir um segundo ou terceiro combo. A intenção é retirá-lo logo para dar lugar a outro cliente e manter uma alta rotatividade. Daí serem conhecidos como fastfood.

As lâmpadas com maior Temperatura de Cor também estimulam uma sensação de limpeza no ambiente, por isso, são utilizadas em cozinhas e banheiros.

As lâmpadas eletrônicas, primeiro as fluorescentes e depois as de LED, têm uma ampla faixa de Temperatura de Cor, que vão desde 2.700 K até 6.500 K, em sua maioria.
Outras Temperaturas de Cor típicas são:
 4.000 K: luz branca “morna”;
 5.500 K: luz branca “neutra” (ref. Luz do Sol ao meio-dia, em dia nublado).

Ao adquirir lâmpadas, é preciso ter atenção especial à Temperatura de Cor. Muitos fabricantes, principalmente os de produtos de baixa qualidade, trazem informações erradas quanto à cor da luz. Algumas marcas chamam 3.200 K de luz branca, enquanto claramente percebemos que trata-se de luz amarela. Igualmente errado é chamar 4.000 K de branco neutro.

Há muito erro também entre a Temperatura de Cor informada na embalagem e a real, a da lâmpada. Encontram-se muitas LED bulbo, até de marcas mais caras, informando 6.500 K quando na verdade o produto aparenta ser 5.500 K.

A visão humana não consegue distinguir diferenças pequenas, da ordem de 100 K, por exemplo, mas o olho de um profissional bem experiente consegue distinguir, até com certa facilidade, diferenças de 500 K.

Não confunda temperatura da lâmpada com sensação da luz. As incandescentes têm luz quente (sensação) e são também quentes (temperatura do bulbo), mas não há relação.

As eletrônicas, por sua vez, podem ter luz quente (sensação), com 2.700 K ou 3.200 K, mas têm o bulbo com baixa
temperatura em funcionamento, principalmente as LED de baixa potência.

Cuidado especial deve ser tomado também ao decorar um ambiente com soluções LED. Mesmo produtos idênticos, do mesmo fabricante, modelo e lote podem apresentar uma ligeira diferença entre si na Temperatura de Cor. Isso ocorre no processo de fabricação do LED. Numa mesma “fornada”, saem LEDs com diferentes temperaturas de cor. Se não for feita uma separação criteriosa, os produtos de um mesmo lote poderão apresentar esse problema. A chance de isso acontecer nas marcas mais caras é menor, pois há uma seleção rígida desde o processo de produção. Até por isso elas são mais caras.

O texto desse artigo é parte do livro Gestão da Energia Elétrica em Sistemas de Baixa Tensão, do mesmo autor.

Adriano Pascoal graduou-se em Engenharia Elétrica, com Ênfase em Eletricidade Industrial, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ, onde também lecionou na Faculdade de Engenharia entre 2008 e 2012. É Consultor e Palestrante em Gestão Energética desde 2011, com diversos Diagnósticos Energéticos realizados, principalmente em Indústrias, Hospitais e Condomínios e Autor do Livro Gestão da Energia Elétrica em Sistemas de Baixa Tensão.

Eng° Adriano Pascoal
contato@problemascomenergiaeletrica.com
www.problemascomenergiaeletrica.com

Adriano Pascoal é engenheiro, especialista em Gestão da Energia Elétrica, e escreve como colaborador