PAULLYNHO PIANCÓ: Ele vai ficar pra cimento na Casa da Pólvora

Paullynho Piancó faz performance neste sábado na Casa da Pólvora,em João Pessoa. Foto: Reprodução instagram

Augusto Magalhães

O irreverente artista paraibano Paullynho Piancó é atração neste sábado, 6, dentro da programação do projeto “Barril de Cultura”, na Casa da Pólvora, Centro Histórico de João Pessoa. Paullynho apresenta sua performance “Vou Ficar Pra Cimento” às 17h45, e a entrada é gratuita.

A programação começa bem mais cedo com abertura às 14h00, e terá a apresentação de outros artistas divididos entre os segmentos da dança, artes visuais e da literatura. Participam da edição destes sábado Ângela Gaeta (Dança), Coletivo A Juruva (Dança), Andryelle Araújo “Dry” (Artes Visuais), Sander Lee (Literatura), Paullynho Piancó (Literatura) e Grupo Poética Evocare (Literatura).

Para realizar a performance, Paullynho vai viver o personagem Solilóquio. Ele explicou do que trata esse momento especial na sua carreira: “Vou ficar para cimento, é isso mesmo? Não seria: “Eu vou ficar para semente?”. Sim, é isso mesmo! Vou ficar para cimento”, disse Paullynho Piancó.

Em sua performance, ele trata de questões importantes que afligem a humanidade, com a depressão e as doenças devastadoras que estão atingindo todo o planeta.

“A depressão dominando pessoas que até então se achavam imbatíveis e até caçoavam dos portadores dessa doença. O preconceito ainda mais visível mesmo em que jurava não ter, até mesmo para com os mais próximos, pelo simples fato de se contaminarem. E inúmeros “choques psíquicos” causados não somente pela pandemia do COVID 19 em 2020 como também pela natureza em atual ação”, é disso que estamos falando.

A resposta da natureza não falha e causa desastres irreparáveis, tais como o mais recente que é as ativações vulcânicas que estavam adormecidas e que estão gerando medos e preocupações nas pessoas que habitam as imediações das praias do Nordeste brasileiro, com o noticiário de um possível despertar de mais outro fenômeno natural chamado tsunami.

As queimadas nas florestas e cerrados, os dias mais curtos e calorentos, etc..O personagem SOLILÓQUIO transporta para suas obras de artes performáticas criadas à partir do lixo consumido pelos seres humanos e que iam deixando por onde passavam, em uma galeria de arte nos porões do manicômio em que vive confinado e tendo como sua última riqueza uma muda de árvore que também luta para sobreviver.

Realidade que será sempre contemporânea e que Solilóquio assume o papel de “discípulo sucessor” de “Santo Bispo do Rosário” (Arthur Bispo do Rosário) fazendo um comparativo sobre as esquizofrenias vividas por ele e seus companheiros de manicômio e o comportamento da humanidade pós pandemia.

Querendo entender o que mudou nos monologuentos e não nele. Desta feita ele vai virando cimento (morrendo) conforme se deixa levar pela música Natureza Morta de Felipe Duran. (@felipeduramoficial )

Enquanto a humanidade vislumbrar apenas o concreto (“cimento”) das construções desenfreadas, dos seus consumismos momentâneos e poluidores e não se reeducarem social, ambiental e ecologicamente, optando apenas por essa sórdida realidade como meio de sobrevivência absoluta.

O personagem de Solilóquio (Paullynho Piancó) percebe que o egocentrismo da humanidade de achar que suas inteligências são maiores do que a de Deus os levaram à um estado de saúde mental aterrorizante e muito pior do que a que ele vive em seu restrito mundo e embora limitado, está sempre atualizado dos fatos nacionais e internacionais.

QUEM É PAULLYNHO PIANCÓ

Ele é natural de Piancó alto sertão paraibano, formado em Pedagogia pela Faculdade Tijucussu de São Caetano do Sul- SP (2010), desde 1983 vem desenvolvendo vários projetos sociais e educativos, incluindo peças teatrais, filmes, livro, artesanato, etc

Foi destaque na categoria Revelação Artística na abertura solene do XII CONGRESSO BRASILEIRO DE TEORIA E CRÍTICA LITERÁRIA, XI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE SEMIÓTICA E LITERATURAS LATINO-AMERICANAS, VI SIMPÓSIO PARAIBANO DE ESTUDOS PORTUGUESES, I CONFERÊNCIA INTERESTADUAL DE CULTURA à convite da presidente da ABS/PB, professora e Dra. Elizabeth Marinheiro. (Set./94).

Apresentou a dança A CHEGANÇA na Ilha de Itamaracá para a cirandeira Lia de Itamaracá (1997); fez várias peças e esquetes teatrais que foram estreadas em escolas, hospital, caps, praça pública, faculdade, etc., escreveu, dirigiu e atuou em filmes. Por último, realizou recentemente uma produção executiva com I FESTCINE FESTIVAL DE CINEMA DO VALE DO PIANCÓ-PB (14 à 16/21).

Agora (06/11/21) destaca-se com obras performáticas intituladas de VOU FICAR PARA CIMENTO no Espaço Cultural Casa da Pólvora em João Pessoa.