Hoje é o último dia para ver GISBERTA no Teatro Ednaldo do Egypto, em João Pessoa

Cena de “Gisberta”, que se despede hoje de João Pessoa no Teatro Ednaldo do Egypto. Foto: Divulgação

Augusto Magalhães

O monólogo Gisberta, encenado pela atriz Letícia Rodrigues com direção de Misael Batista, faz sua última apresentação em João Pessoa neste domingo (05), às 20h00, no Teatro Ednaldo do Egypto. “Depois disso, vamos levar Gisberta para os festivais pelo Brasil e não temos data ainda para voltar com temporada em João Pessoa”, disse Letícia Rodrigues.

Os ingressos estão à venda ao preço de R$ 20,00 e podem ser adquiridos através do Pix 83986255220 ou na hora do espetáculo na bilheteria do teatro. Lembrando que a capacidade é de 60 pessoas por apresentação, já que o público acompanha tudo em cima do palco, em contato muito próximo com a personagem.

História

Em 22 de fevereiro de 2006, há17 anos, acontecia um crime que chocou Portugal. Gisberta Salce Junior, uma mulher trans brasileira foi encontrada morta na cidade do Porto. Ela saiu do Brasil aos 18 anos justamente para fugir de uma “onda” de homicídios contra transexuais em São Paulo, mas foi morta em Portugal.

A tragédia deu origem à Marcha do Orgulho do Porto, equivalente à Parada LGBTQIA+ que conhecemos no Brasil. Essa história é interpretada pela atriz Letícia Rodrigues – que também é uma mulher trans – e dirigida por Misael Batista.

Sobre Gisberta, a atriz Letícia Rodrigues disse: “Ela é incrível e teve uma história incrível. Foi a voz de muitas outras mulheres trans que também foram assassinadas como ela. Por ser uma mulher trans eu sinto na pele os preconceitos que essa mulher sofreu e talvez por isso seja tão difícil e ainda mais desafiador colocar tudo isso no palco. Gisberta vive e está aqui em todas nós que lutamos no dia-a-dia dessa sociedade ainda preconceituosa e cheia de barreiras”.

Para o diretor Misael Batista, que também é o autor do texto, Gisberta tem sido o seu maior desafio. “Apesar de já ter escrito e dirigido várias biografias, Gisberta passa ser a mais desafiante. Ela é porta-voz do grito desumano. É a representação das minorias despertada por uma sociedade hipócrita. É de muita responsabilidade trazer essa voz que tentou ser calada por uma inquisição contemporânea tão em moda no momento. E que não foi só assassinada, foi sacrificada”, disse.