EM CADA CANTO está em cartaz no Teatro Santa Catarina, em Cabedelo, neste fim-de-semana

Cena de “Em Cada Canto”, que está em cartaz no Teatro Santa Catarina, em Cabedelo. Fotos: Divulgação

Bafafanoticias -´O Teatro Santa Catarina, em Cabedelo, tem mais uma apresentação do espetáculo “Em Cada Canto” neste domingo, dia 16, às 17h00. O espetáculo estreou ontem e faz parte do repertório do Coletivo de Teatro Aruã, de João Pessoa. Depois de Cabedelo, o espetáculo também será apresentado no Teatro Lima Penante, em João Pessoa, nos dias 29 e 30 de julho.

Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (Meia-entrada). Mais informações:  (83) 99184-0912.

Link para compra: https://www.sympla.com.br/evento/em-cada-canto-espetaculo-de-teatro-do-coletivo-arua/2057389?share_id=copiarlink

“Em Cada Canto” traz a história de Gabriel que é um, que é dois, que é, ao mesmo tempo, todas as crianças do mundo. Nesse espetáculo, as infâncias são revisitadas em perspectiva: a de muitos que aprendem a viver com pouco, a de realidades próximas e quase invisíveis.

O realejo, antigo artefato musical, se integra à dramaturgia como uma metáfora, como um signo da repetição e dos fenômenos sociais. Essa metáfora também se concretiza em cenas poéticas, profundas e necessárias. “Em Cada Canto, com suas melodias e brincadeiras, provoca o espectador a revisitar suas memórias e evidencia um lugar onde a imaginação pode dar  vida ao papelão e sonhar um outro mundo”, destaca o material de divulgação do espetáculo.

O espetáculo é uma combinação entre real e imaginário na história de Gabriel e Gabriel, gêmeos quase idênticos que, através das peripécias em seu lar, contam uma história quase real. O espetáculo foi concebido a partir da metáfora do realejo, um instrumento musical que teve proeminência no Brasil durante o século XIX e, hoje, é quase obsoleto. Esse instrumento é parte da história de nosso país, retrata concretamente um processo de decadência e marginalização e, simbolicamente, através da melodia repetida e tiragem de bilhetinhos da sorte, habita o imaginário de muitos. Essas referências são trazidas à cena, são borradas e transbordadas no jogo dos atores que põem em xeque a própria sorte, o próprio destino.

A dramaturgia é de Heráclito Cardoso, que também assina a encenação junto à Márcia Chiamulera e em cena estão os atores Aelson Felinto e Miguel Segundo.

FICHA TÉCNICA

Dramaturgia: Heráclito Cardoso; Encenação: Márcia Chiamulera e Heráclito Cardoso; Atores: Aelson Felinto e Miguel Segundo; Músicas: Heráclito Cardoso; Iluminação: Márcia Chiamulera; Cenografia: Coletivo Aruã e Produção: Coletivo Aruã.

COLETIVO ARUÃ

O coletivo de Teatro de Aruã iniciou o processo de pesquisa para montagem do espetáculo a partir do projeto “O realejo na Paraíba: investigação das histórias, memórias e formas cênicas da manifestação popular”.

O projeto, aprovado em 2021, no edital Mãe Edith de Iansã, subsidiado através da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, por meio da Funjope, possibilitou que o grupo desse início à pesquisa, que resultou em uma série de atividades que foram desenvolvidas no primeiro semestre de 2022. 

Ao todo o projeto contou com oficinas, duas que foram desenvolvidas pelo grupo em escolas públicas da rede municipal de João Pessoa e outra voltada para artistas, estudantes e público em geral, “Memória da Voz”, ministrada pela artista Mayra Montenegro.

Além disso, o Coletivo de Teatro Aruã realizou seminários temáticos, que foram transmitidos através de suas redes sociais. O primeiro, intitulado “O Realejo e seus espaços de performance”, contou com a participação da Profª. Drª. Martha Tupinambá de Ulhôa (RJ) e, o segundo, foi dedicado ao compartilhamento do processo da pesquisa, apresentando ao público o que foi desenvolvido durante os meses de estudos e, por fim, os apontamentos que deram origem à construção da dramaturgia do espetáculo. 

O Coletivo de Teatro Aruã traz ao público o espetáculo “Em Cada Canto” que, além das apresentações previstas para este final de semana, dias 15 e 16 de julho, no Teatro Santa Catarina, em Cabedelo,

SOBRE O GRUPO

O Coletivo de Teatro Aruã iniciou suas atividades em 2018 com o processo de criação do primeiro trabalho do grupo, o espetáculo “Deus te faça feliz”, que teve sua estreia em 2019.

Durante esses anos o grupo participou de eventos locais como o Anima Centro/ Terças culturais realizado pelo Centro Cultural Casa da Pólvora (2020), o Ocupa Piollin realizado pelo Centro Cultural Piollin (2019) e foi um dos espetáculos paraibanos selecionados para participar da Mostra Fringe (2020).

Ainda em 2020 realizou a apresentação da performance “Vestível de Vó”, trabalho desenvolvido durante a pesquisa de doutorado de Heráclito Cardoso. Com a chegada da pandemia, realizou projetos independentes em formato virtual, “Pegadas” e “Eu-DEVIR”, que eram disponibilizados ao público através das redes sociais do grupo. Ainda no processo remoto das atividades, o espetáculo “Deus te faça feliz” foi apresentado na programação virtual do Centro Cultural Banco do Nordeste e no Festival Palco na Rede, realizado pelo Fórum de Teatro de João Pessoa.

Na busca por encontrar o nosso jeito de fazer teatro, acabamos por nos colocar no cruzamento entre a vida na arte ou a arte na vida. Cruzamento este, que nos revelou uma forma mais íntima de relacionamento entre ator/performer e público. Os nossos trabalhos surgem desse caminho, no entrelaçar de histórias e vivências como artistas/pesquisadores. “Deus te faça feliz” e “Vestível de vó”, assim como “Em Cada Canto”, são obras que partem de um “real”, mas que buscam formas de organização pelos fios da ficção. 

Redação Bafafá com texto e fotos do Coletivo Aruã