A Poupança

Até o governo insiste em classificar a poupança
como investimento
Joca Peixoto

Joca Peixoto

Hoje falaremos novamente sobre a poupança, ou melhor, sobre a importância dela na vida dos brasileiros.

Ouvíamos de nossos pais o seguinte:

– Estude, passe num concurso público e guarde um dinheirinho na poupança. Não é mesmo?

O que mudou de lá para cá? Poupança não é um bom investimento?

Bom, primeiro entendo que a poupança não é uma forma de investimentos, garante no máximo a reposição da inflação e o valor do seu capital e nem sempre isso acontece.

Dados da Anbima divulgados em 2021 mostrou que dos 40 milhões de pessoas que investem alguma coisa, 29% direcionam suas economias para a velha caderneta de poupança, contra 3% que investem em ações na Bolsa. Demonstrando assim, que os brasileiros ainda são reféns da velha poupança.

O saldo em poupança no Brasil era de 969,6 bilhões em números de fevereiro de 2024, fazendo assim a festa dos bancos. Por quê? Vou explicar.

Os bancos dentre suas finalidades, vive de tomar e emprestar dinheiro. A poupança pagou um rendimento de 0,5675% para a conta que aniversariou no último dia 18 de abril e um dos empréstimos mais barato oferecido no mercado é o consignado, tomamos como exemplo o BB que cobra hoje 1,48% para emprestar dinheiro aos aposentados do INSS.

Veja que apenas nesse único exemplo, o BB tem um ganho (em termos de taxas) de quase 3x! Tirando todos os custos fica difícil imaginar que o seu ganho não fique perto de 2x o lucro. Imagina o ganho da CEF que detém a maior fatia dos depósitos em poupança no Brasil.

Definitivamente a poupança é um bom negócio para os bancos, não para o pequeno investidor.

Dinheiro na poupança faz a festa dos bancos e do governo federal, pois eles terão acesso a um dinheiro barato para alavancar seus negócios (bancos) e programar suas políticas de investimentos (governo federal).

Minha leitura desse mês é o livro O rei dos dividendos de Luiz Barsi Filho, o cidadão que defendeu a tese de comprar ações mirando os dividendos e torna-se sócio das maiores empresas do Brasil. Em 2024 ele alcançou o espantoso número de um milhão de dividendos por mês. E não foi aplicando na poupança, e sim comprando ações de boas empresas pagadoras de dividendos. Assim disse ele em sua obra: 

“Nenhum cidadão deve ter medo de comprar uma ação se ele o fizer com a finalidade de investir, não de especular. Quem entra no mercado com a mentalidade especulativa nunca ganhará dinheiro. Pode até ser bem sucedido em uma ou outra operação, mas ao longo a prazo será sempre um perdedor. O único jeito que descobri até hoje de enriquecer com ações e bem menos mirabolante: comprar, guardar e reinvestir.” 

Conclusão: Para torna-se verdadeiramente rico e independente financeiramente é preciso pensar e agir como tal.  

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Joca Peixoto é economista e escreve como colaborador