Quase 20% de aumento nos combustíveis. E daí?

“Se você não pode controlar suas emoções,
você não pode controlar seu dinheiro.”
Warren Buffet

Joca Peixoto

Aprendi que numa guerra não existe só anjos x demônios. Ambos podem ser seus próprios demônios.

Temos no Brasil nossa própria guerra. A Guerra dos combustíveis. Segundo o site https://blog.clubpetro.com/brasil-e-autossuficiente-em-petroleo/ o Brasil é auto-suficiente na produção de petróleo desde 2013, no entanto temos ainda uma dependência na importação de determinado tipos de petróleo. Segundo o blog especializado é Interessante notar que o Brasil passou a ser auto-suficientes em petróleo praticamente na mesma época em que se tornou deficitário líquido por derivados. Isso ocorreu porque a produção de óleo e o consumo cresceram mais rápidos do que nossa capacidade de refino. A solução para reduzir este déficit comercial está na ampliação da nossa capacidade de produção daqueles derivados em que somos deficitários (GLP, gasolina, nafta petroquímica e diesel, especialmente).

A auto-suficiência na produção de petróleo foi alcançada em 2013, há quase 10 anos, no entanto não houve mais investimentos na produção e refino de derivados do petróleo, leiam-se refinarias. A última construída iniciou sua produção em 2014, a Refinaria de Abreu e Lima. De lá para cá, nenhum investimento na construção de novas refinarias, apesar dos sucessivos lucros da Petrobras. 

Então, fica claro que a falta de investimentos na construção de novas refinarias e a adoção da política de paridade cambial do preço dos combustíveis atrelado ao preço do barril de petróleo tipo brend é sim, o motivo da alta de combustíveis. Não adianta o governo federal terceirizar culpas e aplicar um aumento surreal de quase 20% nos preços dos combustíveis sendo ainda que teremos nove meses pela frente em 2022, quantos mais aumentos virão ate o final do ano?

Em janeiro o salário mínimo e as aposentadorias foram corrigidos em 10,18%, o IPCA 2021 a 10,06% e a Taxa Selic hoje a 10,75%. Fica fácil perceber que estamos ficando cada vez mais pobres e perdendo nosso poder de compra. Principalmente que o aumento dos combustíveis nessa escala atingirá toda a cadeia produtiva e quem pagará o custo final será o consumidor.

Se você já adquiriu o hábito de poupar e investir, nada muda. Como assim? Bem, continuar investindo sempre – seja qual for o cenário – é o principio para buscar e alcançar sua independência financeira. Continuar comprando ações de empresas sólidas, tipo bancos (se beneficiam da alta dos juros e da taxa selic), de empresas de saneamento, transmissão e geração de eletricidade e empresas de telecomunicações (setores perenes) devem te ajudar a se proteger da ingerência do governo federal.

A busca por rentabilidade na renda fixa através dos CDB das fintechs também é uma boa opção.

Se pudesse te dar um conselho diria: Diminua o consumo, economize e livre-se de gastos supérfluos. Lembra da campanha Fica em casa durante o auge da pandemia? Vejo hoje como fundamental diminuir o ritmo do consumo, pois com uma simples saída de carro você estará consumindo e pagando mais pelo combustível e gastando muitas vezes com algo que não estar precisando, são as chamadas despesas por impulso.

Antes de comprar se pergunte: Será que estou precisando disso mesmo? Independente da resposta deixe pra comprar no dia seguinte e verá que a “vontade” passou.

Lembre-se: Se deu certo comigo dará certo com você também. Adquira esses hábitos prazerosos: Poupar, investir e doar.

Conclusão: Para torna-se verdadeiramente rico e independente financeiramente é preciso pensar e agir como tal.  

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Joca Peixoto é economista e escreve aos domingos