Qual é a hora de diminuir o ritmo?

“Não faz muito sentido
sacrificar-se muito na vida,
apenas objetivando desfrutar de 
uns poucos anos ’dourado’”
Tod Barnhart - 1995
Joca Peixoto

Começo hoje nossa coluna afirmando que já tinha esse tema na pauta de hoje e o que aconteceu com a Rainha da Sofrência foi uma fatalidade

Mas então, qual é à hora de diminuir o ritmo após você alcançar sua independência financeira, pessoal e profissional?

Usaria originalmente outros exemplos, mas com essa fatalidade acontecida com a Marília Mendonça não tem como não usar como exemplo. Peguei algumas informações a respeito do patrimônio dela, o valor do cachê dos seus shows, compromissos profissionais, etc.

Chegar ao auge da carreira e torna-se independente financeiramente, continuar ganhando dinheiro enquanto dorme ou curte a família tudo isso com apenas 26 anos, parece um conto de fadas ou um roteiro de Hollydood.

Para ser ter idéia antes da pandemia ele fazia quase um show por dia com um cachê de R$ 350 mil. Agora é só fazer as contas… 

Daí veio à pandemia e o que aconteceu com ela? Deixou de ganhar com os shows, mas continuou faturando e muito ainda (comparado com a grande maioria dos artistas). Fez uma live em abril do ano passado no pico da pandemia e quebrou todos os recordes do youtube com mais de 3,3 milhões de visualizações simultâneas. E isso gera muita grana para o artista que já tem a própria live bancada pelos seus patrocinadores…

Em todas as plataformas de mídias sociais existentes ela é um sucesso total, apenas no Instagram possuia cerca de 38 milhões de seguidores, sem contar que ela também faz muita propaganda e merchandising. Como provavelmente deve ter seu próprio estúdio em casa, dar para continuar gerando muita, mais muita grana sem sair de casa… Em 2019 e 2020 foi a artista mais tocada nas plataformas de streaming. Sem contarmos que a maioria das músicas dela também era de sua autoria, fica até difícil decifrar seu faturamento mensal, mais arriscaria perto de 10milhoes por mês. 

Repito: O acidente com Marília Mendonça foi uma fatalidade! Mas seria mesmo necessário ela ter ido fazer um show em Caratinga voando de Teco-teco enquanto sua banda foi de ônibus e estão todos são e salvos?

A relação de ser uma celebridade e não poder ser uma pessoa normal tem seu preço. Sabemos que hoje é impossível, por exemplo, Marília Mendonça fazer um vôo comercial, seria um transtorno enorme não só para ela como para os demais passageiros. Imagina ela tirando uma soneca em pleno vôo e ou outros passageiros se amontoando para fazer uma selfie dela dormindo!

Não. Não estou dizendo que ela precisava parar com sua carreira, mas que diminuísse seu ritmo, afinal como demonstrado acima dinheiro no seu caso não é problema. Mas, como fazer isso com uma celebridade de apenas 26 anos!

Repito: O acidente com Marília Mendonça foi uma fatalidade! Mas na minha humilde opinião não precisava fazer esse show e nessas circunstâncias. Lembro que as maiores bandas/artistas internacionais e até mesmo nacionais a alguns anos atrás, faziam turnês anuais para divulgação de seu novo trabalho, muitas vezes com dois a três shows por semana e seguindo um roteiro. Por exemplo, se viria tocar numa capital do nordeste, aproveitava e tocava nas demais. Hoje o show businnes parece forçar esse ritmo frenético de shows e condições duvidosas que fez nos últimos três anos perdermos artistas jovens, promissores e ricos como Marília Mendonça e Gabriel Diniz.

Um bom planejamento financeiro, onde se estabelece metas e objetivos claros para sua carreira e seu futuro financeiro seria suficiente para determinar que já tivesse passado da hora dela ter diminuído o ritmo. Não precisava correr esses riscos de logísticas para a realização de um show em Caratinga MG. Ainda mais que a própria artista já tinha revelado o medo desse tipo de transporte aéreo. 

Perdemos um fenômeno da musica brasileira e que possamos a partir dessa perda, estabelecer nosso limite pessoal e profissional através de um planejamento financeiro e profissional levando em conta a relação custos-riscos-benefícios.

Lembre-se: Se deu certo comigo dará certo com você também. Adquira esses hábitos prazerosos: Poupar, investir e doar.

Conclusão: Para torna-se verdadeiramente rico e independente financeiramente é preciso pensar e agir como tal.  

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Joca Peixto é economista e escreve aos domingos