Bafafanoticias – O Café da Usina, localizado na Usina Cultural Energisa, em João Pessoa, será palco nesta quinta-feira, 26, para o Projeto Voando Com o Pavão Misterioso, que terá o lançamento de livro e um sarau com muita poesia e música. O evento começa às 19h30 e entrada é de graça.

Na ocasião será lançado o livro ” A Verdadeira História de José Camelo de Melo Rezende”, de autoria de Aroldo Camelo de Melo.

A Usina Cultural Energisa fica na rua João Bernardo de Albuquerque, 243 – Tambiá – João Pessoa.

“Uma biografia poética”. É assim que o escritor paraibano Aroldo Camelo de Melo define o livro A Verdadeira História de José Camelo de Melo Rezende, que traz a trajetória do autor do folheto O Romance do Pavão Misterioso, considerado o maior do gênero. O autor é sobrinho do biografado.

“O livro é todo escrito em décima, que são 10 versos, cada verso com sete sílabas, que é o formato tradicional da literatura de cordel. Escolhi assim porque essa também era a linguagem que meu tio, José Camelo de Melo Rezende, usava no cordel”, explicou o autor.

José Camelo era um poeta de bancada que produziu mais de 300 obras de cordel, uma das quais é O Romance do Pavão Misterioso, que tem sido estudada com mais ênfase por várias instituições, inclusive na Sorbonne, na França, há quatro décadas, através de dissertações.

Ele foi o segundo a ter escrito mais dessas obras. O primeiro foi o também paraibano Leandro Gomes de Barros”, disse Aroldo Camelo de Melo.

Segundo o autor, o livro contém a trajetória de José Camelo de Melo Rezende, do nascimento até a sua morte.

“A obra O Romance do Pavão Misterioso é um clássico que ficou maior do que o autor e aborda, por exemplo, a polêmica em torno dessa obra envolvendo o poeta João Melquíades Ferreira da Silva, que a teria publicado, mas alguns pesquisadores defendem que os versos originais foram escritos por José Camelo”.

Ele disse ainda que “O livro desfaz controvérsias, ou incongruências, com relação à verdadeira data de nascimento de José Camelo Rezende, que aconteceu em 12 de abril de 1885 e morreu em 28 de outubro de 1964, aos 79 anos de idade. Ele era repentista, e dos bons. Abordo, também, que José Camelo teria fugido da Paraíba, mas ele saiu porque costumava sair cantando pelas feiras e cidades, fazendo o seu trabalho, e ficou radicado na cidade de Nova Cruz (RN) por quatro anos. O irmão mais novo dele, que é meu pai, foi buscá-lo, para que retornasse a sua família”, detalhou.

Quando o tio José Camelo de Melo Rezende morreu, em 1964, o autor tinha apenas 12 anos de idade.

“Eu era um garoto, mas me lembro quando ele me levava para comprar cigarro e bebida na mercearia. Lá assisti diversas proezas dele, que atraia a atenção das pessoas, formando uma roda, embora eu ainda não entendesse o que ali se passava”, relembrou Aroldo Camelo.

_{Com texto e fotos de assessoria do evento}